(publicado no jornal Valor Econômico em 22/04/2010)
Quando Afonso Celso de Assis Figueiredo Jr., Conde de Ouro Preto, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, lançou seu controverso livro “Porque me ufano de meu país”, em 1900, o Brasil era uma República que engatinhava. Fora o avanço político no seu mais amplo sentido, não havia grandes feitos econômicos e nem evolução social para celebrar. O ufanismo mirava um futuro provável, mas não garantido. Exaltava o tamanho territorial, os caudalosos rios, a verdejante e virgem floresta, a bela e extensa costa, além dos minérios e de outros poucos produtos.
Todos faziam parte da lista dos onze motivos aos quais Afonso Celso atribuía a superioridade do Brasil, entre eles alguns “nobres predicados do caráter nacional como a paciência e a resignação”. Está claro que tratava-se de um limitado e exagerado entusiasta. Tudo o que ele idolatrou no início do século XX não ia muito além do que Cabral havia encontrado em terra firme, quatrocentos anos antes. [ leia mais ]